DOGMAS MARIANOS
A Igreja nos ensina quatro dogmas sobre Nossa
Senhora
Eu gostaria de começar falando dos quatros dogmas
que a Igreja proclamou sobre a Virgem Maria. Quando a Igreja proclama um
dogma com o Papa, no Concílio, nós precisamos acolher como verdade, mesmo não o
entendendo. Santo Agostinho dizia: “Deus
não é para ser entendido, mas adorado”. O Deus verdadeiro não cabe na nossa
cabeça; por isso, muitas vezes, não entendemos os dogmas de fé.
Sobre Nossa Senhora a Igreja ensina quatro dogmas: a Maternidade
divina, a Imaculada Conceição, a Assunção de Nossa Senhora ao céu e a
Virgindade Perpétua de Maria.
Primeiro Dogma: Maternidade Divina
A maior glória de Nossa Senhora foi ter sido
escolhida para ser a Mãe de Deus, do Verbo Encarnado. É claro que Ele sempre
existiu no seio da Santíssima Trindade, pois o Senhor é eterno. Ao contrário de
nós que fomos criados, Deus sempre existiu. Por isso, no Credo,
Niceno-Constantinopolitano diz: “Creio em
um só Deus, Pai Todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas
visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de
Deus, gerado do Pai antes de todos os séculos verbo criado”. Jesus nasceu
de forma humana, sem deixar de ser divino. Quando o Catecismo fala da escolha
de Nossa Senhora, diz que, desde toda a eternidade, Deus já a havia escolhido
para ser a Mãe de Seu filho ( 488).
“Deus juntou todas
as águas e fez o mar. Deus juntou todas as graças e fez Maria” (Luís Maria Grignion de Montfort).
“Deus é um instante
que não passa” (Karl Rahner).
Podemos nos perguntar: “Porque o Senhor
escolheu Maria?”. Nossa Senhora responde no Magnificat: “Ele
olhou para a pequenez de sua serva” (Lucas). Dizem que todas as
mulheres de Israel tinham o sonho de ser mãe do Salvador, mas Nossa Senhora não
tinha essa pretensão.
“Deus criou o homem
para a imortalidade” (Sabedoria 2,23),
mas este não quis obedecer a Deus. E o Senhor, para trazer a salvação ao mundo,
trouxe uma nova Mulher para vencer a soberba. Se pela soberba de Eva o pecado
entrou no mundo, pela humildade de Maria entrou a salvação.
“A maior glória de
Nossa Senhora foi ter sido escolhida para ser a Mãe de Deus”, afirma professor Felipe Aquino, Missionário da
Canção Nova
Quando Isabel ficou grávida e Maria foi visitá-la,
o filho de Isabel estremeceu em seu seio, pois, no ventre de Maria, estava o
Salvador; no de Isabel, o precursor de Jesus. Isabel disse: “A que devo a honra de receber a visita da
Mãe do meu Senhor”. A primeira parte da Ave-Maria, saiu da boca de Isabel e
do Anjo Gabriel.
Desde os primeiro séculos, já se acreditava neste
dogma, Maria, a Mãe de Deus. Na
biblioteca de Alexandria há papiros que dizem: “A vossa proteção nos recorremos Santa Mãe de Deus”. Essa oração é
do século 200. E nessa região houve muitas perseguições e martírios. Quando
chegou o ano 430, surgiu uma heresia: o Patriarca de Constantinopla dizia que
Maria não era a Mãe de Deus. A Igreja precisou fazer o Concílio, na cidade de
Éfeso, na Turquia, e ali a Igreja disse solenemente: “Maria é a Mãe de Deus” (Theotokos).
Nós sabemos que, infelizmente, nossos irmãos
separados não dizem a “Mãe de Deus”,
mas a “Mãe de Jesus”. Nós dizemos que
Maria é a Mãe de Deus, porque Jesus é Deus. E tudo o que o Filho precisa, Ele
pede a Mãe.
Certa vez, Professor Felipe Aquino, quando estava
dando aula, foi questionado por um aluno: “Por
que não podemos seguir as outras religiões?”. Ele respondeu: “Não vou dizer para você não seguir as
outras religiões, porque precisamos respeitar uns aos outros. Mas eu vou lhe
dizer por que eu sou católico. Estou convencido de que a minha religião veio de
Deus. Se você me mostrar outra religião que Deus tenha andado sobre as águas,
transformado a água em vinho, feito a multiplicação dos pães, curado leprosos,
expulsado demônios, feito vários milagres e ainda ressuscitado, eu mudo de
religião. Jesus é Deus por causa de Seus milagres. E o primeiro milagre
aconteceu por causa de Maria. Por isso a ladainha diz: “Auxiliadora dos cristãos, refúgio dos pecadores”.
Segundo Dogma: A Imaculada Conceição
Defende
que a concepção de Maria foi realizada sem qualquer mancha de pecado original,
no ventre da sua mãe. Dessa forma, ela foi preservada por Deus do pecado desde
o primeiro momento da sua existência, como apontam as palavras do Anjo Gabriel
– "sempre cheia de graça
divina" – kecaritwmenh,
em grego. Essa doutrina foi definida dogmaticamente pelo Papa Pio IX na
Constituição Ineffabilis
Deus, em 8 de dezembro de 1854.
A festa
da Imaculada Conceição de Maria é celebrada em 8 de Dezembro, definida
inicialmente em 1476 pelo Papa Sixto IV. Também neste caso, muitos escritos dos
Padres da Igreja já defendiam a Imaculada Conceição de Maria, pois era adequado
que a Mãe do Cristo estivesse completamente livre do pecado para gerar o Filho
de Deus.
A Virgem Maria não teve pecado original. São
Agostinho disse: “Nem se deve tocar na
palavra “pecado” ao se tratar de Maria; e isso por respeito Àquele de quem
mereceu ser a Mãe, que a preservou de todo pecado por sua graça.”
Pio IX no ano de 1974: “Maria foi concebida sem pecado original”. Não teve pecado original
e pessoal. Que coisa bonita! Quatro anos depois, Nossa Senhora começou a
aparecer para Bernadete, na França. Ela era uma criança, que nem sabia falar
francês. Maria lhe disse: “Diga ao
padre que quero uma capela”. O padre, não acreditando naquela pobre menina,
disse a Bernadete que perguntasse o nome dela. Maria disse para Bernadete, no
dia 25 de março: “Je sui le Immaculée
Conception” (Eu sou a Imaculada Conceição). Nossa Senhora ainda deixou um
sinal especial, pediu que Bernadete cavasse no chão um buraco, pois ali haveria
uma mina.
Nossa
Senhora veio trazer um sinal do céu, e este sinal está em Lourdes.
Terceiro Dogma: Maria é sempre Virgem
É o dogma
mariano mais antigo das Igrejas Católica e Oriental Ortodoxa, afirmando a "real e perpétua virgindade mesmo no
ato de dar à luz o Filho de Deus feito homem" (Catecismo da Igreja Católica, 499). Essa doutrina foi
definida dogmaticamente pelo Concílio de Trento, em 1555, embora já fosse um
dogma no cristianismo primitivo, como indicam escritos de São Justino Mártir e
Orígenes.
"É
uma crença que já está na sagrada Escritura e defende que Maria concebeu Jesus
virginalmente, deu à luz virginalmente e assim permaneceu até o final da
vida", ressalta padre Alexandre.
Maria é virgem antes do parto, durante o parto
e depois dele. A Igreja, na cidade Cápoa, 1972, proclamou este dogma. O Papa João
Paulo II disse: “Não queira entender pela
medicina, porque isso é um milagre”. “Eis
que conceberás a luz e dará à luz” (Isaías). “A luz não passa no vidro sem quebrá-lo?”. “Por que Deus não poderia gerar Jesus no ventre de Maria sem rasgar as
paredes?” (James).
“Para
Aquele que é extraordinário, todos os fatos são excepcionais” (Santo
Agostinho).
Quarto Dogma: Assunção de Nossa Senhora
"Depois
de elevar a Deus muitas e reiteradas preces e de invocar a luz do Espírito da
Verdade, para glória de Deus onipotente, que outorgou à Virgem Maria sua
peculiar benevolência; para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e
vencedor do pecado e da morte; para aumentar a glória da mesma augusta Mãe e
para gozo e alegria de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus
Cristo, dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo e com a nossa,
pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a
Imaculada Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, terminado o curso da sua vida
terrena, foi assunta em corpo e alma à glória do céu", indica
o Papa Pio XII na Constituição Munificentissimus
Deus, em 1º de novembro de 1950.
"É
uma verdade em que a Igreja acredita desde os séculos 5 e 6, quando já havia
uma celebração da então chamada Dormição de Maria",
complementa Padre Alexandre.
Maria foi levada ao céu de corpo e alma. A
Igreja sempre acreditou nisso. Mas o Papa Pio XII disse: “A Virgem Maria é Mãe de Deus e Imaculada. Ao término da vida terrena,
foi levada de corpo e alma para o céu”. É a única pessoa que a Igreja
proclama que ressuscitou depois de Jesus. Os santos estão com suas almas no céu
e os corpos ainda na terra. Maria, onde aparece, mostra sua feição conforme o
lugar. Só pode fazer isso o corpo que ressuscitou, porque ele não está sujeito
ao tempo nem ao espaço. Como Jesus, que apareceu aos discípulos no caminho de
Emaús, e os discípulos não a reconheceram. Maria
foi assunta ao céu para preparar o caminho de seus filhos.
No meio do Concílio, o Papa proclamou: “Mater
Eclesi” (Mãe da Igreja). Assim
como nós precisamos de uma mãe para nos gerar e criar, para nos dar o alimento,
nós também precisamos de Maria como nossa Mãe no céu.
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