“O milagre caminha junto à fé de uma maneira muito estreita.
De modo que a fé chega a ser amplamente apresentada como uma condição
exigida para que o milagre aconteça. Mesmo diante de situações
claramente irreversíveis, Jesus tem apenas uma exigência: “Não tenhas
medo, somente crê” (Mc 5,36). Em Nazaré, não pôde fazer milagres porque
não havia ali quem acreditasse. A incredulidade é uma barreira, uma
oposição à ação de Deus. Para se ver a ação extraordinária e gloriosa do
Senhor, é necessário, no mínimo, abertura de coração. Prova disso são
as inúmeras vezes em que Jesus repete: “Tua fé te curou”; e insiste
intensamente: “tudo é possível para quem acredita”. Trata-se de uma
confiança que é ao mesmo tempo aceitação e certeza de que o Senhor é
misericordioso com quem sofre e que, com o seu amor, pode e vencerá todo
o mal. Em suma, fé é abrir-se ao poder de Deus que está sempre em nosso
favor, aguardando apenas essa abertura para que possa agir. A fé
carismática tem toda uma força particular. Por meio dela aquele que crê é
transformado e, enchido de força, torna-se uma potência nas mãos de
Deus.
Dentre todos os milagres realizados por Jesus, existem alguns que
somente são narrados pelo evangelista São João. Um desses milagres
aconteceu em Caná da Galileia, durante um casamento. João teve o cuidado
de transmitir detalhadamente este prodígio porque foi o primeiro
realizado publicamente por Jesus e por se tratar de um sinal do amor
misericordioso de Deus. Nem todos os que leram e estudaram sobre este
milagre da Caná conseguiram perceber que, além do poder de Jesus, duas
coisas foram necessárias para torná-lo possível: confiança e obediência.
O milagre acontece quando alguém que crê obedece a Deus.”
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