O tempo da Quaresma é uma grande revisão
de vida para os cristãos, por isso, é necessário meditarmos sobre os
pecados e suas conseqüências em nossas vidas. Sempre a luz da Palavra de
Deus e da Doutrina de nossa Igreja. A semana passada vimos um artigo e
um vídeo com o Padre Paulo Ricardo sobre O Pecado Capital da IRA e os
seus danos para a nossa vida. Ao tomarmos consciência do pecado peçamos
ao Espírito Santo a graça de um coração arrependido e busquemos o
Sacramento da CONFISSÃO, pois buscamos a conversão e a nossa meta é a criatura nova renascida em cristo na Ressurreição.
A Inveja
Diz o livro da Sabedoria que é por causa da inveja que o demônio levou a
pecar os nossos primeiros pais no início da história da humanidade. “É por inveja do demônio que a morte entrou no mundo, e os que pertencem ao demônio prová-la-ão” (Sb 2,23-24). Santo Agostinho dizia que “a inveja é o pecado diabólico por excelência”. E se referia a ela como “o caruncho da alma, que tudo rói e reduz a pó”.
A
inveja é companheira daquele que não suporta o sucesso dos outros, e
que não se conforma em ver alguém melhor do que ele mesmo. Fica torcendo
pelo mal do outro; e quando este fracassa, diz no interior “bem
feito!”. No fundo quem é sempre acometido pelo pecado da inveja
deve trabalhar o complexo de inferioridade, baixa auto-estima,
insatisfação pessoal e falta de amor próprio, confiança em si mesmo.
Estes sentimentos não podem nos dominar, eles estão indicando um estado
de nossa alma que pela Graça pode mudar.
O
primeiro pecado dos filhos de Adão e Eva foi cometido por inveja: Caim
matou o irmão Abel (cf. Gn 4). Pior do que um homicídio (assassinato de
um homem), o crime de Caim, movido pela inveja, foi um fratricídio
(assassinato de um irmão). Também por causa da inveja os filhos do
patriarca Jacó venderam o seu filho caçula, José, para os mercadores Do
Egito. Também por causa da inveja, vimos o rei Saul odiar a Davi e
caçá-lo como se fosse um animal a ser morto. (cf. 1Sm 18,8; 19,1).
O
caso mais triste que as Escrituras nos relatam, por causa da inveja, é o
da morte de Jesus. O evangelista São Mateus deixa claro: “Pilatos
dirigiu-se ao povo reunido: Qual quereis que eu vos solte: Barrabás ou
Jesus, que se chama Cristo? Ele sabia que tinham entregado Jesus por
inveja” (Mt 27, 18).
Diante
disto temos que nos acautelar diante dela; uma vez que movidos por ela
somos levados a praticar muitas injustiças. Quantas fofocas,
maledicências, intrigas, brigas, rivalidades, calúnias, ódios, etc.,
acontecem por causa de uma inveja. O pior de tudo para nós cristãos, é
constatar que ela se entranha até mesmo nas obras e nos filhos de Deus.
Podemos dizer seguramente que muitas rivalidades e disputas que surgem
também no coração da Igreja, tristemente, são causadas pela inveja,
ciúme e despeito.
Ao invés de se alegrar com o sucesso do irmão, no seu trabalho para o
reino de Deus, muitas vezes se fica remoendo a inveja porque não se
consegue o mesmo sucesso. O que importa afinal é o meu sucesso, o
sucesso do outro, ou o crescimento do reino de Deus e a salvação das
almas? Precisamos aprender a fazer com que a felicidade do próximo seja
um motivo a mais para sermos felizes, e não o contrário. A inveja é uma
perversão. Santo Agostinho nos ajuda a entender a gravidade da inveja:
“Terrível mal da alma,
vírus da mente e fulminante corrosivo do coração, é invejar os dons de
Deus que o irmão possui sentir-se desafortunado por causa da fortuna
dos outros, atormentar-se com o êxito dos demais, cometer um crime no
segredo do coração, entregando o espírito e os sentidos à tortura da
ansiedade; destroçar-se com a própria fúria!”
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