Os judeus, a quem Jesus se dirige no
átrio do Templo, compreendem muito bem a parábola que o Senhor lhes
conta, inspirada na alegoria da vinha” (cf. Is 5,1-7).
Os príncipes dos sacerdotes e os anciãos
são os vinhateiros que têm o privilégio de cultivar a vinha predileta
do Senhor, o povo de Israel. Estes vinhateiros, hoje, somos nós, a quem
Jesus encarrega da missão de cuidar da vinha de Deus, Seu Pai.
Lembro-me de que, no momento da
colheita, ao invés de apresentarem os frutos ao dono, os vinhateiros
quiseram se apropriar deles e maltrataram os profetas que lhes foram
enviados. Hoje acontece a mesma coisa. Apropriamo-nos da vida de outra
pessoa ao invés de protegê-la e fazê-la crescer em estatura e graça,
segundo o projeto do Criador. Roubamos, traímos, mentimos e cometemos
inúmeros pecados.
No Evangelho, Jesus nos fala
abertamente: “o Reino nos será tirado e entregue à outros se não nos
convertermos das nossas ambições, orgulhos e vaidades; se não
abandonarmos a vida do pecado e não aprendermos a praticar a justiça e o
bem!”.
Finalmente, Deus nos enviou Seu próprio
Filho, Jesus Cristo. Esta é a última oportunidade que Ele nos oferece
para que nos tornemos seus colaboradores na obra da salvação.
Veja que, como os viticultores conduzidos
habilmente por Jesus, os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo
tiraram as conclusões das consequências de tal ato: “o dono, que é
Deus, ‘dará morte eterna aos malvados e arrendará a vinha a outros vinhateiros que Lhe entregarão os frutos na altura devida’”.
Assim, nós precisamos tomar consciência de que, se não fizermos render
os talentos que recebemos do Senhor, teremos o mesmo destino.
Os “novos vinhateiros” constituem-se
pecadores que, convertidos e acolhendo a mensagem da Quaresma – que os
chama a rasgar os seus corações, mas não as vestes; a fazer penitência
com jejum e oração por causa dos seus pecados -, tornam-se
verdadeiramente os cultivadores da vinha do Senhor. Eles anunciam a Boa
Nova, são eles os defensores da Igreja, dando a Deus abundantes frutos,
ora cem, ora sessenta, ora trinta por um!
Oxalá, meu irmão, que eu e você não
tenhamos a mesma sorte dos viticultores retratados por Jesus neste
Evangelho. Mas sim a sorte daqueles que, assumindo a sua vocação,
tornam-se realmente discípulos e missionários de Jesus Cristo com uma
missão específica.
Padre Bantu Mendonça
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