Estamos na cidade de Nazaré, o berço onde
Jesus foi criado por seus pais. Então, como fez em outros lugares,
Cristo se pôs a falar aos homens da cidade na sinagoga.
Apesar de maravilhados com as palavras de
Jesus, esses homens não receberam a graça dos milagres d’Ele em suas
vidas. Não tinham o coração aberto para receberem tais milagres e, por
isso, ficaram furiosos quando Jesus afirmou – baseado em duas
passagens do Antigo Testamento – que a graça vem para aqueles que abrem o
coração ao novo, à Boa Nova.
Jesus havia crescido, evoluído em corpo,
alma e divindade durante os anos em que passou afastado de Sua cidade. E
como é revoltante quando queremos trazer algo novo para as pessoas que
cresceram conosco e elas não nos dão credibilidade! A vontade que nos
dá é de fazermos o que Jesus fez: denunciar a falta de abertura
daquelas pessoas e seguir o caminho para outro lugar.
Acredito que seja essa a sua sensação
diante dos seus, quando, retornando à sua casa, sua cidade, sua família
e colegas de trabalho – por acharem que já o conhecem e, por isso,
nada você tem para lhes ensinar -, estes não prestam muita atenção ao
que você diz.
Eles acham que você não terá muito o que
acrescentar à vida deles. E, no fim das contas, parece ser isso mesmo.
Uma sensação de superioridade em relação a você, que pode até ter
crescido em tamanho, mas pode não ter se desenvolvido tanto como
pessoa. É como se fosse vergonhoso para eles aprender ou receber alguma
coisa de alguém que consideram igual ou “menor” que eles.
Queremos fazer sucesso no ambiente em
que as pessoas nos acolhem e nos admiram, porém, nem sempre somos
acolhidos e admirados, porque seguimos os ensinamentos de Deus. Para
todos nós é difícil evangelizar as pessoas no lugar onde todos nos
conhecem. Assim aconteceu com Elias: num tempo de seca e fome,
beneficiou uma mulher estrangeira da terra dos sidônios. O mesmo
aconteceu com Eliseu: curou da lepra um general sírio, ao passo que, em
Israel, essa doença vitimava muitas pessoas.
A conclusão de Jesus foi clara: já que o
povo de sua cidade insistia em não lhe dar atenção, Ele sentiu-se
obrigado a ir em busca de quem estivesse disposto a acolhê-Lo. Aos
duros de coração, no entanto, só restava o castigo. Às vezes, não
fazemos sucesso onde queremos, mas o Senhor nos envia até alguém que
nem imaginamos, para que, com nosso auxílio, ela possa obter cura e
libertação. Por isso, como Jesus, insista no anúncio, na cura e na
libertação dos seus!
Por outro lado, é para mim e para você
esta Palavra. Você acompanhou o crescimento de algum sobrinho, irmão ou
primo mais novo? Você tem a sensação de que conhece tudo ou quase tudo
sobre aquela pessoa? Engano seu.
Por isso, a lição de hoje é: não se ache
superior a ninguém. Esteja aberto às novas possibilidades. Não é
motivo de vergonha aprender ou receber algo de uma pessoa que você
considera menos experiente. Aliás, não há nenhum pobre que não tenha
nada a dar e também não há nenhum rico que não tenha nada a receber.
Precisamos uns dos outros e aprendemos uns dos outros.
A reação dos habitantes de Nazaré,
diante da pregação de Jesus, foi de aberta rejeição. Foi tal o desprezo
pelas Palavras do Mestre que eles decidiram eliminá-Lo, lançando-O de
um precipício.
É possível imaginar a decepção de Jesus
diante da rejeição de Seus conterrâneos. Ele tentou compreender a
situação, rememorando as experiências de profetas do passado que,
rejeitados por Seu povo, foram bem acolhidos pelos estrangeiros.
Longe de nós seguir o exemplo do povo de
Nazaré! Jesus quer encontrar, em nós, abertura para acolhê-Lo e
disponibilidade para nos convertermos. Ninguém é “obrigado” a aceitar
este convite. Entretanto, fechar-se para Jesus significa recusar a
proposta da vida e da salvação que Ele, em nome do Pai, veio nos
trazer.
Esta homilia, posso dizer que acolho ela com todo fervor da graça de Deus para meu Ministério e o meu Grupo de Oração...
ResponderExcluirAmém!!!