“Mas eu não estou só. O Pai está sempre comigo. Eu vos disse
estas coisas para que, em mim, tenhais a paz. No mundo tereis aflições.
Mas tende coragem! Eu venci o mundo” (Jo 16,32-33)
Você teve a coragem de se abandonar aos cuidados de Deus. Mas o que
pretende com essa atitude de abandono e confiança em Deus? É exatamente
isso que devemos descobrir, pois tal é uma condição para prosseguirmos
em nossa viagem. A parada aqui é estratégica! E toda a nossa viagem
dependerá da sua escolha: esconderijo ou refúgio?
No capítulo dezesseis do Evangelho de São João, Jesus se encontra nos
momentos finais de Sua vida ao lado dos discípulos, por isso prepara-os
para o tempo das dificuldades. Anuncia que chegará a hora da dispersão
dos discípulos, em que eles O abandonarão, porém Ele sabe que não ficará
sozinho e desamparado (cf. Jo 16,32). Essa é a fonte da perseverança de
Jesus: Ele sempre esteve acompanhado pelo pai, que não O preservou das
tribulações, mas se fez companheiro nelas, dando força e coragem para
continuar.
“Mas eu não estou só. O Pai está sempre comigo?”: Jesus levava essa
realidade muito viva em Seu coração; e até mesmo o fato da encarnação
não feriu a unidade existente entre o Pai e o Filho. Essa constante
comunhão sustentou Jesus nas tribulações enfrentadas, que não foram
poucas. Ele encontrava forças todas as vezes que se lembrava de que o
Pai estava com Ele. Sentia-se fortalecido para seguir em frente em razão
desta realidade. Valorizava mais a presença do Pai do que a superação
do problema, que sempre era uma consequência desta experiência de Jesus.
É como acontece com uma criancinha: ao se sentir protegida pela
presença do pai, lança-se no enfrentamento dos desafios dos desafios,
crescendo nas experiências da vida. Por outro lado, quando não conta com
a companhia do pai, possivelmente desenvolve medos e inseguranças, pois
acredita estar sozinha, assim os problemas apresentam uma dimensão
maior do que a real. Muitas vezes, quando essa criancinha se percebe
sozinha, ela desenvolve um comportamento agressivo e egoísta, pois, já
que ninguém olha por ela, aprende a se defender sozinha e acredita que
somente ela própria pode fazer algo por si mesma. É assim que surgem
muitos dos adultos autossuficientes, desconfiados e isolados do mundo.
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